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Desafio de gerenciar vendas com a Geração Z: entre processos e liberdade

Gustavo Malavota
Gustavo Malavota |

Este artigo foi publicado no https://jornalempresasenegocios.com.br/ no dia 09/12/2025.

O ambiente corporativo vem passando por transformações profundas, e um dos maiores desafios atuais é gerenciar equipes da Geração Z, especialmente em áreas como vendas, onde disciplina, processos e resultados caminham juntos. Essa geração, nascida entre meados dos anos 1990 e o início de 2010, apresenta características únicas que impactam diretamente a forma como o trabalho é conduzido — e isso exige revisões importantes na maneira como lideramos.

Um dado relevante mostra que 44% das empresas de alta performance possuem processos bem definidos. Isso evidencia o quanto regras, cadência e metodologia são determinantes para resultados consistentes. Porém, muitos profissionais da Geração Z têm resistência natural a processos rígidos, preferindo autonomia, flexibilidade e retorno rápido. Surge então o dilema clássico: como equilibrar estrutura e liberdade?

Nesse cenário, um ponto crítico é a distinção entre resistência e insubordinação. No contexto corporativo, insubordinação é a recusa consciente em seguir normas ou orientações claras, comprometendo clima e performance. Já a resistência, muitas vezes, é simplesmente falta de compreensão sobre o propósito do processo ou sobre a trajetória necessária para alcançar resultados. Cabe ao gestor moderno identificar essas diferenças, entender o que motiva cada colaborador e comunicar o “porquê” das ações de forma clara e objetiva.

Outro desafio é a linha tênue entre cobrança legítima e assédio. Cobrança tem a ver com garantir metas, estimular desempenho e manter objetivos vivos. Assédio envolve pressão excessiva, desrespeito ou humilhação. Muitas vezes, essa fronteira se embaralha — e isso gera conflitos graves dentro da equipe. Liderar a Geração Z exige firmeza sem autoritarismo, clareza sem agressividade e presença sem microgestão.

Vivemos um novo paradigma: a Geração Z quer ganhar dinheiro, crescer e entregar resultados, mas não deseja seguir trajetórias tradicionais ou tarefas repetitivas sem propósito. Isso contrasta com gerações anteriores, que valorizavam disciplina e consistência acima de tudo. Hoje, não basta impor processos: é preciso dar significado a eles.

O grande ponto é que colaboradores precisam entender o objetivo por trás das regras. Sem isso, os riscos de resistência, desengajamento e insubordinação crescem rapidamente. Gerenciar vendas com a Geração Z exige inteligência emocional, flexibilidade e comunicação transparente. É essencial criar um ambiente onde processos tenham propósito, onde expectativas sejam claras e onde autonomia conviva com disciplina.

No fim, o verdadeiro desafio não está apenas em criar processos ou metas, mas em conectar pessoas à trajetória que leva ao sucesso. Quando isso acontece, surgem equipes mais engajadas, produtivas e comprometidas — prontas para performar em alto nível.

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