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Quem dirige a inteligência artificial no palco do varejo?

Gustavo Mota
Gustavo Mota |

A revolução dos vídeos com IA já chegou aos pequenos negócios, mas continua sendo escrita por mãos humanas.

“Agora a IA foi longe demais.” Essa frase aparece com frequência nos comentários de quem cruza com a Marisa Maiô pela primeira vez nas redes sociais. Com carisma de apresentadora de auditório e estética nostálgica de programa dos anos 90, Marisa é uma personagem criada integralmente por inteligência artificial, com voz, rosto e gestos gerados por vídeo hiper-realista da tecnologia VEO3, mas com roteiro, direção e propósito muito bem definidos por gente de verdade.

A importância da direção humana

O sucesso estrondoso da personagem, que rapidamente se tornou referência pop e gerou fila de pedidos para campanhas similares, traz uma provocação para o varejo: afinal, quem está dirigindo a inteligência artificial nesse novo palco digital? A resposta, ao menos por enquanto, segue sendo a mesma: pessoas.

Ferramentas como o VEO3, recentemente apresentada pelo Google, anunciam uma nova era para a produção de conteúdo em vídeo. Com comandos simples de texto, já é possível criar personagens, cenários e até narrativas completas com aparência e comportamento realistas. Mas sem direção humana, essas imagens continuam vazias. É justamente aí que se abre uma avenida para os pequenos negócios.

IA como aliada acessível

Em comunidades nas quais o acesso à produção audiovisual sempre foi limitado, seja por custo, por barreira técnica ou por falta de estrutura, a inteligência artificial está se tornando uma aliada para dar forma a histórias locais, produtos autorais e campanhas segmentadas. Agora, uma empreendedora pode criar uma porta-voz digital para sua marca, com sotaque, trejeito e estética que conversem diretamente com o seu público. O impacto disso é enorme: pertencimento, engajamento e conversão passam a andar juntos.

Mas é importante reforçar que essas ferramentas não substituem o conteúdo. A IA não cria verdade. Ela amplifica. O que torna Marisa Maiô um fenômeno não é apenas sua aparência ou fluidez digital, é o olhar de quem está por trás, que conhece o gosto do público, que sabe escrever um roteiro provocativo, escolher o momento certo para virar a cabeça, fazer um comentário ou lançar uma ironia.

Para o varejista que está assistindo a tudo isso de longe e se perguntando se cabe no seu orçamento ou na sua realidade, a resposta é: cabe. A barreira de entrada nunca foi tão baixa. Mas o que vai diferenciar quem surfa essa onda de quem apenas assiste é a capacidade de contar histórias com contexto, sensibilidade e direção.

A IA pode ser a estrela do momento. Mas todo sucesso de bilheteria ainda depende de um bom diretor e ele pode estar na sua equipe de marketing, no seu vizinho criador de conteúdo ou em você mesmo.

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